Direito do Trabalho

Os desafios da comunicação não violenta e da prevenção ao dano moral no trabalho

Os desafios da comunicação não violenta e da prevenção ao dano moral no trabalho

Preocupação crescente nas empresas de qualquer porte e atividade refere-se às medidas preventivas à ocorrência de dano moral no trabalho e, ainda, a disseminação de consciência capaz de evitar que práticas indevidas se repitam no âmbito da organização.

Focos de danos morais com maior recorrência na Justiça do Trabalho, a cobrança de metas é tema que justifica imensa preocupação, inserindo-se nesse aspecto a conscientização sobre a comunicação não violenta e prevenção quanto às formas de cobrança que excedem os limites do poder do empregador em dirigir a relação de emprego.

Em breve resumo, comunicação não violenta é uma estratégia, uma prática de comunicação que elege como prioridade a empatia e a conexão com o outro. A identificação salutar de pontos que ainda precisam ser desenvolvidos e aprimorados na equipe pelo gestor bem treinado, mas sem que tal estratégia se torne uma fonte de pressão, de humilhação ou de linguagem coercitiva para o receptor.

Dentro das relações de trabalho e em especial na cultura organizacional de uma empresa, a comunicação não violenta, que deve fazer parte dos Programas de Compliance, reflete a capacidade de líderes e gestores em diferenciar avaliação de resultados de broncas, identificação de pontos a serem desenvolvidos e aprimorados do mero apontamento de erros e, por fim, saber orientar sem submeter o profissional à humilhação ou qualquer condição vexatória.

Com o crescente número de ações trabalhistas que indicam a ocorrência de danos morais provenientes da cobrança excessiva de metas e resultados, e que via de regra evidenciam a incapacidade de líderes em gerir pessoas e mediar conflitos, treinamentos corporativos pautados em linguagem acessível e direcionada aos interlocutores podem ser considerados medidas fundamentais de disseminação dessa estratégia. Além dos treinamentos corporativos, que podem versar sobre diferentes temas de interesse da organização (cobrança de metas, aplicação de penalidades, prevenção ao assédio moral e sexual), empresas que contam com comitês ou grupos de prevenção e investigação de práticas indevidas no ambiente de trabalho, que fiscalizam e estudam a cultura e comunicação interna entre suas equipes, também alcançaram bons resultados, colocando em prática não apenas estratégias de comunicação não violenta já previstas em seus programas de compliance como também medidas corretivas capazes de evitar novos focos ensejadores de assédio e, por via de consequência, de condenações vultosas em reclamações trabalhistas.

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